Dormindo em iglu?
Por Talita, a dona perfeitinha.
Quando criança, adorava dormir na sala, dentro de alguma cabana que eu mesma montava com lençóis e cobertores. Mas, naquela época, nunca imaginaria que algum dia construiria uma caverna na neve com direito a iglu, muito menos que dormiria dentro dela! E foi exatamente isso o que aconteceu!
Eu tinha 17 anos e fui 'mandada' para a Nova Zelândia. Morei lá um ano inteiro e, num país como aquele, é impossível apenas estudar. Velejei, fiz mil e um trekkings, atravessei rios, escalei, fiz rappel, snowboard, enfrentei um dia de sobrevivência na selva, viajei de bike, joguei futebol e fiz milhares de outras coisas que muita gente não acredita quando eu conto. Estava ou não estava querendo ser uma menina muito prendada? Pelo menos aos moldes neozelandeses, acho que sim.
Fomos fazer um trekking de 2 dias na neve. No primeiro dia, depois de andar por cerca de 2 horas, encontramos um bom local para construirmos nossas cavernas. Leia-se 'bom local' no sentido 'um local pouco provável de sofrer uma avalanche'! Éramos uma turma de 15 ou 16 pessoas, não me lembro mais. Dois professores, com os quais estudamos previamente a teoria de construção de iglus e cavernas. Por exemplo, como reconhecer a consistência ideal para o corte dos blocos do iglu.
Eu e mais três meninas dormiríamos juntas, portanto, tivemos que cavar o suficiente para que os quatro sleeping bags coubessem no interior do buraco. Levamos 4 horas! E mais uma hora pra construir um iglu que além de ser a cozinha e proteger uma das entradas, foi onde deixamos nossas mochilas e botas ao entrarmos na caverna pra dormir. O teto era super baixo e nos trocávamos sentadas e corcundas. Se fosse hoje, acho que teria uma crise claustrofóbica. Mas dentro da caverna é super quentinho e deu até pra sentir calor dentro do sleeping bag que eu peguei emprestado de uma amiga.
No dia seguinte, algo que eu não esperava: os cadarços das minhas botas que ficaram pra fora da caverna, dentro do iglu, tinham congelado! Tive que fazer esforço extra para os pés entrarem e andar por 2 horas até que os danados afrouxassem e eu pudesse amarrá-los - ainda com dificuldade!
Hoje já não quero mais dormir em iglu, a não ser que seja em algum iglu hotel como, bem sei, existe na Finlândia, ou em casinhas iglus como as seguintes, no Japão - foto do blog bocaberta retirada do site da empresa construtora.
Também acharia ótimo construir uma cama-iglu que ainda é estante de livros como essa que segue. Foi construída por um japonês e postada no blog de um amigo dele, o Boing Boing. Esse iglu de livros abriga dentro a cama do rapaz.
Essa outra estante-iglu achei muito interessante - no lugar da cama, um sofá. Cantinho mais que apropriado para leitura. Foto do blog Pedro Doria.
4 comentários:
Não, não dormir e não consigo imaginar como seria. Não gosto de frio e sei que num lugar desses não conseguiria nem me levantar de um lugar que eu considerasse quentinho.
Srta. Talita,
Moro no Canadá a 3.5 anos. Ainda não tive o privilégio de dormir em iglu, mas ainda vou fazer isso. Bem, acho que sei qual é a sensação... Alugo um ap de cerca de 40 anos; o isolamento térmico (no meu quarto)é horrível (o resto da casa é razoável)... Quando está frio lá fora, a janela do meu quarto acumula até 1 cm de gelo por dentro. Comprei um aquecedor portátil extra!
Os dois grandes sonhos da minha vida são: Brevê de piloto (estou fazendo o curso) e conhecer a Nova Zelândia.
O segundo vai demorar um pouco, que o curso de piloto é caro e não quero "desviar verba".
Parabéns pelo espírito aventureiro.
Captain Forr
www.captainforr.blogspot.com
Oi Talita,
Que aventura hein!
Eu nunca dormi num iglu não. Mas já visitei o hotel de gelo em Quebec, no Canadá.
É lindo, mas é tão frio que só consegui ficar 4 horas lá dentro.
beijos
Amiga,
Queria eu passar ao menos uma noite em um desses, deve ser uma delícia heim?!
Ai que invejinha boa...
Mas tb adorei o ultimo, a biblioteca, super aconchegante não??
Beijos
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