A Prendada do Mês - Ana Matusita

Meninas, vocês lembram que eu fazia o post sobre a Prendada da Semana ne?? Nessa nova fase do bloguito resolvi fazer uma única postagem por mês, mostrando os trabalhos da predis escolhida e um pouco da história dela.

Mas porque agora será mensalmente?? Bem, irei anunciar nos próximos dias uma novidade e vocês irão entender.

A Prendada do Mês de janeiro é a mega-super-ultra talentosa Ana Matusita, minha xará. Ela faz o post contando um pouco da sua história e do prazer de criar as belezuras mais belezuras do universo...





"Quando a Ana me pediu para escrever no Prendadas, fiquei feliz da vida!
E já explico: desde menina, tenho assim um jeito pra fazer coisas, combinar objetos, descobrir sabores, usar e abusar das cores... toda essa invencionice não havia ainda virado profissão, até bem pouco tempo atrás. E, desde menina, ouço dizer que sou muito prendada! Ou que tenho "mão boa". Também sempre gostei de receitinhas, sejam de doces ou de creme pra cabelo, ou pra dor na joanete.
Enfim, aqui no Prendadas me sinto em casa, tomando birita com as amigas, fazendo um crochê básico ou trocando receita de pão (aliás, fiz o pão da Nana no domingo e atesto: é boa mesmo a receita!).

Por tudo isso, fico feliz de estar por aqui!

Como já disse, nasci prendada mas demorei pra descobrir qual era minha vocação. Me formei em Economia, fiz mestrado, comecei o doutorado. E sempre me senti meio como peixe fora dágua. Por mais que eu pudesse ser razoável e competente naquilo que fazia, me sentia um pouco enganadora e me enganando. É claro que não é fácil largar tudo, mas no meio de uma baita crise profissional, foi o que fiz: abandonei a carreira acadêmica sem nem trancar a matrícula, pra não ter volta mesmo. Foi desesperador, mas me senti livre. E vazia!
Sim, porque até descobrir qual era o caminho certo, qual era mesmo a minha vocação, camelei e sofri um bocado.
Até que finalmente me descobri entre os panos e linhas, entre as tintas e pincéis.

Comecei estampando camisetas com carimbos com desenhos meus. E fui aprimorando a técnica da estamparia, um pouco na tentativa e no erro. Então, me aventurei na máquina de costura (algo que nunca havia tido a coragem de fazer, apesar de ser filha, neta e bisneta de costureiras!). Tinha a per feita sensação de que ia tomar uma mordida!
Mas nos demos bem. Ainda na base da tentativa e (muito!) erro comecei a produzir pequenas peças que, aos poucos, foram se ganhando a minha cara, minha sede de cores e misturas.

Devagarinho, a minha PRENDA foi tomando forma. Foi um história longa de se viver, mas curta em existência. Faz pouco mais de dois anos que o atelier Ana Sinhana existe, mas sua transformação é diária, contínua, como deve ser a evolução de um bom processo criativo!
É pro ateliê Sinhana que vou todos os dias logo cedo: com o café na mão, atravesso o quintal (sim, tenho o privilégio de ter um espaço meu aqui em casa!) e começo a costurar. E é lá que faço o patchwork à minha moda: colorido, cheio de misturas e estampas.
Tem sido gratificante ter o retorno de quem compra (vendo pelo Brasil afora e também pra alguns outros países, como México, Portugal, Canadá, Espanha), gosta e "retorna"!
As vendas são feitas através da loja virtual: www.anasinhana.elo7.com.br.
E, claro, mostro (quase!) tudinho o que faço pelo blog: www.anasinhana.com ou pelo flickr: www.flickr.com/photos/sinhana.

Acho que o resumo da ópera foi que a tradição familiar falou mais alto. Como minhas antepassadas, passo o dia quase todo no pé da máquina.
E amo cada minutinho. Assim como adoro comprar pano, ir nos armarinhos.
É como se eu tivesse reatado com o passado e só agora estivesse realmente me dedicando ao que é plenamente verdadeiro.
Hoje sinto que Ana Sinhana e Ana Matusita se confundem, tamanho o amor e a gratidão que sinto pelo que faço."

Ana Matusita, do atelier Ana Sinhana